A antologia poética Agreste mulher, organizada por Fernanda Limão, traça um panorama da poesia feminina produzida em Pernambuco além dos grandes centros. O termo Agreste se refere a uma região, entre a Zona da Mata e o Sertão. Quando adjetivo, serve como sinônimo de rústico, grosseiro, áspero, indelicado, algo não cultivado... Mas tal como a literatura ensina com os sertões de Guimarães Rosa e Graciliano, o Agreste também é diverso. Como o epicentro desta antologia é Garanhuns, cidade conhecida pelo frio, flores e a garoa constante, o agreste mulher também contraria o clima árido da região.
Reunindo autoras que fizeram da cidade o seu lar e outras que a tem como berço, mas voaram para outros confins, os poemas reunidos nesta edição naturalmente registram esse fluxo migratório, revelando um espaço diverso, urbano, conectado com o mundo em suas questões locais e nos temas universais, compondo um lugar diverso, urbano, conectado com o mundo em suas questões locais e nos temas universais. Mas sempre o vínculo com a terra, evocando o passado e ancestralidades, de quilombos, indígenas, do barro, da terra. Isso se reflete nos versos aqui reunidos, seja na paisagem ou na multiplicidade de vozes, temas, estilos, preocupações, desejos e lutas.
Além dos versos de Fernanda Limão, a coletânea reúne poemas de Nathália Tenório, Celina Berto, Marcia Bomfim, Carla Montanha, Monaliza Rios, Débora Ramos e Stephany Metódio. A identidade visual e a capa são do designer Diego Bias e a edição pela Vacatussa.
SOBRE AS AUTORAS
STEPHANY METÓDIO é mulher negra, graduada em Letras com ênfase em Língua portuguesa e suas literaturas (UPE). Cursa pós-graduação em Educação intercultural indígena-quilombola antirracista (IFPE-Garanhuns). Atriz, pesquisadora, curadora, gestora cultural, professora, poeta e contadora de histórias. É cofundadora do Coletivo Tear e do espaço Aldeia Tear. Integra o RIPA. Atua nos espetáculos Luanda Ruanda – histórias africanas, Ayô – histórias de griô e Histórias da caixola.
NATHÁLIA TENÓRIO é artista multifacetada, com atuação nas áreas de cinema, fotografia, ilustração, poesia e música. Contribuiu para o filme Território em trânsito, ilustrou a capa do disco Sangue verde, de Neto Sales, em parceria com a ilustradora Lua. Integra o projeto Veredas Mostra de Música Autoral do Agreste, destacando-se na cena artística de Pernambuco, além de atuar em seu projeto solo.
FERNANDA LIMÃO é poeta, produtora cultural, professora de História e estudante de Letras pela UFAPE. Participou das antologias TOC 140 (Carpe Diem, 2010, 2011, 2012), Profundanças - voo audiovisual (2014) e Poeticoia (Oia, 2023). Publicou Olhos de nuvem (Severina Catadora/Aldeia Tear, 2018), seu primeiro livro autoral. Foi finalista do VIII Prêmio Hermilo Borba Filho com o livro Ponteiros de guerra (Oia, 2023).
MARCIA BOMFIM é mar ou violeta. A bússola sempre é o coração. De pequena diz que o seu lugar no mundo é sobre escrever e entrelaçar fios. Seu coração é mangue e o corpo é cinzelado feito barro. As lutas que a atravessa são para que as crianças e mulheres, fauna e flora sejam livres o suficiente e amadas nem que seja por um instante. Portanto, é escritora, artesã e educadora.
CARLA MONTANHA é cordelista, produtora cultural e pedagoga pela UFAPE. Foi uma das 4 mulheres selecionadas para publicação pelo Clube do Cordel, em 2021. Participou da antologia internacional Mulheres poetas (Mente Aberta, 2021). Em 2022 participou do projeto Mulheres de repente. Foi finalista do Prêmio Hermilo Borba Filho, em 2023, realizado pelo Governo de Pernambuco.
CELINA BERTO é cantora e compositora, de timbre contralto dramático. Sua primeira escrita foi em formato haicai, diz-se dos versos curtos, sendo esta sua segunda participação literária em um coletivo. Também era fabricante de licores artesanais de café e pretende voltar a fabricar. Dos trabalhos musicais passou a ter projeção a partir da Mostra Mundaú de Canções a convite do Aldeia Tear. Também canta em francês e italiano, estuda Letras na UFAPE.
MONALIZA RIOS é professora de Literaturas de língua inglesa, pesquisadora, tradutora e poeta. Leciona no curso de licenciatura em Letras da UFAPE. Doutora em Literatura, cultura e tradução pela UFPB e líder do Núcleo de Pesquisa em Literaturas Escritas por Mulheres – NUPELEM / UFAPE-CNPq.
DÉBORA RAMOS é mulher cis, negra e tem Évora Somar como nome artístico. Mãe de Zùli Ramos. Cantora, compositora, poetisa, artista do corpo e da palavra, produtora cultural. Bacharel em Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (UFRB). Intérprete Pesquisadora em Dança (Acupe / Sesc-PE). Atuou na Escola Kuringa e.V do Teatro do Oprimido em Berlim junto ao grupo Madalenas, dirigido por Bárbara Santos. Tem contos na antologia Profundanças 2 e poemas na revista Laudelinas e Teus olhos rímel com poesia.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Antologia poética Agreste mulher
Autoras: Fernanda Limão, Carla Montanha, Celina Berto, Débora Ramos, Marcia Bomfim, Monaliza Rios, Stephany Metódio e Nathália Tenório
Editora: Vacatussa
ISBN: 9788593452215
Idioma: Português
Altura: 18 cm
Largura: 13 cm
Edição: 1ª
Ano de lançamento: 2024
Número de páginas: 112
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