Vinte e quatro contos curtos, que flertam com outros gêneros como a crônica, o ensaio e o perfil. As narrativas ostentam um estilo elegante e elevado, mas aderem ao ponto de vista de personagens marginalizados, que sofrem com o racismo, a violência e a hipocrisia das elites.

A escrita de Paulo Vicente Cruz chama a atenção pela elegância, o tom elevado da narrativa e ao mesmo tempo pela a contundência dos temas. Enquanto os gigantes dançam é o livro de estreia do autor. Os textos habitam terreno híbrido, entre o conto, a crônica, o perfil e o ensaio pessoal.

Essa dicção de fronteira pode ser vista no texto que abre o conjunto, “Pergunta simples ao coração de Flaubert”. Em uma paráfrase crítica do conhecido conto “Um coração simples”, de Gustave Flaubert, o texto aponta a ausência do nome de um dos personagens: além da protagonista Felicité, da sra. Aubain e do papagaio Lulu, falta a história do negro que a sra. Larsonnière enviou para entregar a ave como presente à criada Felicité.

Da pergunta provocativa a um dos mestres da literatura ocidental, o livro segue colecionando histórias em que os personagens sofrem em silêncio — de maneira individual e solitária — um drama coletivo bastante conhecido no país: um menino negro chora num canto do pátio, uma babá se questiona sobre a própria ocupação ao acompanhar um garoto para a escola, um “homem sujo” é atacado por uma horda de “gente de bem” em um “bairro limpo”, um africano se emociona ao ver o pôr do sol em Ipanema, com os Dois Irmãos ao fundo, pensando no continente do outro lado do Atlântico.

Os contos do livro desenvolvem diferentes formas de contar, às vezes ligadas à tradição das lendas e das fábulas, como no caso do conto “Gigantes”. Alguns textos, como “No lado que resta”, parecem antecipar os eventos da pandemia global. Escritos antes desses acontecimentos, eles sobrevivem como um retrato de desigualdades persistentes.

As narrativas inteligentes e cortantes de Paulo Vicente Cruz depõem armas, em estilo polido e lapidado, para desafiar a imaginação e a reflexão, a beleza e a crueza do mundo, propondo ao leitor um novo olhar sobre a realidade que nos cerca e nos ofende.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Enquanto os gigantes dançam 
Autor: Paulo Vicente Cruz
Editora: Quelônio
ISBN: 9786587790138 
Idioma: Português  
Altura: 19 cm
Largura: 13 cm 
Edição: 1ª
Ano de lançamento: 2021
Número de páginas: 64  

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Enquanto os gigantes dançam

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Vinte e quatro contos curtos, que flertam com outros gêneros como a crônica, o ensaio e o perfil. As narrativas ostentam um estilo elegante e elevado, mas aderem ao ponto de vista de personagens marginalizados, que sofrem com o racismo, a violência e a hipocrisia das elites.

A escrita de Paulo Vicente Cruz chama a atenção pela elegância, o tom elevado da narrativa e ao mesmo tempo pela a contundência dos temas. Enquanto os gigantes dançam é o livro de estreia do autor. Os textos habitam terreno híbrido, entre o conto, a crônica, o perfil e o ensaio pessoal.

Essa dicção de fronteira pode ser vista no texto que abre o conjunto, “Pergunta simples ao coração de Flaubert”. Em uma paráfrase crítica do conhecido conto “Um coração simples”, de Gustave Flaubert, o texto aponta a ausência do nome de um dos personagens: além da protagonista Felicité, da sra. Aubain e do papagaio Lulu, falta a história do negro que a sra. Larsonnière enviou para entregar a ave como presente à criada Felicité.

Da pergunta provocativa a um dos mestres da literatura ocidental, o livro segue colecionando histórias em que os personagens sofrem em silêncio — de maneira individual e solitária — um drama coletivo bastante conhecido no país: um menino negro chora num canto do pátio, uma babá se questiona sobre a própria ocupação ao acompanhar um garoto para a escola, um “homem sujo” é atacado por uma horda de “gente de bem” em um “bairro limpo”, um africano se emociona ao ver o pôr do sol em Ipanema, com os Dois Irmãos ao fundo, pensando no continente do outro lado do Atlântico.

Os contos do livro desenvolvem diferentes formas de contar, às vezes ligadas à tradição das lendas e das fábulas, como no caso do conto “Gigantes”. Alguns textos, como “No lado que resta”, parecem antecipar os eventos da pandemia global. Escritos antes desses acontecimentos, eles sobrevivem como um retrato de desigualdades persistentes.

As narrativas inteligentes e cortantes de Paulo Vicente Cruz depõem armas, em estilo polido e lapidado, para desafiar a imaginação e a reflexão, a beleza e a crueza do mundo, propondo ao leitor um novo olhar sobre a realidade que nos cerca e nos ofende.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Enquanto os gigantes dançam 
Autor: Paulo Vicente Cruz
Editora: Quelônio
ISBN: 9786587790138 
Idioma: Português  
Altura: 19 cm
Largura: 13 cm 
Edição: 1ª
Ano de lançamento: 2021
Número de páginas: 64  

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