Um poema escrito a quatro mãos sobre a situação de calamidade que assola o país. O tema, sob a égide do Arcano 13, figura do tarô que representa a morte, revela-se na poesia dos autores uma meditação sobre a persistência da morte trágica em um país em que “estar vivo é um triunfo e um segredo”.

Em 10 cantos, Marcelo Ariel e Guilherme Gontijo Flores lançam mão de imagens contrastantes, como as do “buraco negro da bala”, da “pele da chama” e da “polpa do corpo”, para falar da onipresença da morte, de seus signos, da história do país, de barbárie e civilização.

Os autores se colocaram o desafio de escrever em colaboração, inspirados no renga, uma forma poética ancestral, uma escrita colaborativa de origem japonesa em que toques de mão em sequência transferem a voz de um poeta a outro, que vão se alternando em uma composição de autoria mista.

Como dizem Ariel e Gontijo na apresentação do livro, “não é a decisão verso a verso do que será feito, mas uma troca de perguntas e respostas: continuidade dos encontros e afetos que se dá no verso”. Cada canto foi escrito por um deles, mas nenhum verso vem com assinatura ou identificação de autoria.

Nesta colagem de vozes, a começar da voz de cada um dos autores, eles convocam outras referências, como as de Cruz e Sousa, Gurdjieff, Krishnamurti, Carolina Maria de Jesus, Maura Lopes Cançado e Racionais MC’s, além de cantos indígenas iorubá e Seattle.

Como diz o poeta Tarso de Melo no posfácio: “Deixando-se atravessar pelas forças mais absurdas de nosso tempo, as forças que negam a natureza no mundo e em tudo de que ele é feito, os dois poetas aqui fundidos devolvem, do corpo do poema ao corpo do leitor, cada pancada, porque o poema busca ‘um lar no turbilhão e no tormento’, e ele próprio é turbilhão e tormento. O que se revela no turbilhão de Arcano 13 – vozes e estampidos, estalos e gritos, Puccini, samba a capela e o canto dos pássaros – é a forma como a violência, antes de tomar de uma vez por todas nosso corpo, invade-o pelos ouvidos, atormenta, impõe sua lógica até “perder[mos] o interesse pela existência”. Tomar a(s) voz(es) de volta – convocá-la(s), convocar-se, invocar – é resistir à força do décimo terceiro arcano, enfrentá-lo na arena que ele mesmo instaura, fazendo a potência do novo sobrepujar a da morte. Transformar para renascer – tirar vida-voz do que é silenciado.

A edição de Arcano 13 conta com reproduções de pinturas da escritora e artista portuguesa Patrícia Lino, uma série de pinturas feitas com fósforo, e reproduzidas na guarda e no miolo do livro. O projeto gráfico, a capa em tipografia e a costura manual aparente são de Sílvia Nastari, diretora de arte da Quelônio. Na mesma coleção Canto Quebrado: Um novo mar dentro de mim, de Maria Clara Escobar, e Dia sim dia não fazer chantagem, de Maria Isabel Iorio.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Arcano 13
Autores: Marcelo Ariel e Guilherme Gontijo Flores
Editora:  Editora Quelônio
ISBN: 978-65-87790-25-1
Idioma: Português 
Altura: 20 cm
Largura: 13 cm
Edição: 1ª
Ano de lançamento: 2021
Número de páginas: 48

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Arcano 13

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Um poema escrito a quatro mãos sobre a situação de calamidade que assola o país. O tema, sob a égide do Arcano 13, figura do tarô que representa a morte, revela-se na poesia dos autores uma meditação sobre a persistência da morte trágica em um país em que “estar vivo é um triunfo e um segredo”.

Em 10 cantos, Marcelo Ariel e Guilherme Gontijo Flores lançam mão de imagens contrastantes, como as do “buraco negro da bala”, da “pele da chama” e da “polpa do corpo”, para falar da onipresença da morte, de seus signos, da história do país, de barbárie e civilização.

Os autores se colocaram o desafio de escrever em colaboração, inspirados no renga, uma forma poética ancestral, uma escrita colaborativa de origem japonesa em que toques de mão em sequência transferem a voz de um poeta a outro, que vão se alternando em uma composição de autoria mista.

Como dizem Ariel e Gontijo na apresentação do livro, “não é a decisão verso a verso do que será feito, mas uma troca de perguntas e respostas: continuidade dos encontros e afetos que se dá no verso”. Cada canto foi escrito por um deles, mas nenhum verso vem com assinatura ou identificação de autoria.

Nesta colagem de vozes, a começar da voz de cada um dos autores, eles convocam outras referências, como as de Cruz e Sousa, Gurdjieff, Krishnamurti, Carolina Maria de Jesus, Maura Lopes Cançado e Racionais MC’s, além de cantos indígenas iorubá e Seattle.

Como diz o poeta Tarso de Melo no posfácio: “Deixando-se atravessar pelas forças mais absurdas de nosso tempo, as forças que negam a natureza no mundo e em tudo de que ele é feito, os dois poetas aqui fundidos devolvem, do corpo do poema ao corpo do leitor, cada pancada, porque o poema busca ‘um lar no turbilhão e no tormento’, e ele próprio é turbilhão e tormento. O que se revela no turbilhão de Arcano 13 – vozes e estampidos, estalos e gritos, Puccini, samba a capela e o canto dos pássaros – é a forma como a violência, antes de tomar de uma vez por todas nosso corpo, invade-o pelos ouvidos, atormenta, impõe sua lógica até “perder[mos] o interesse pela existência”. Tomar a(s) voz(es) de volta – convocá-la(s), convocar-se, invocar – é resistir à força do décimo terceiro arcano, enfrentá-lo na arena que ele mesmo instaura, fazendo a potência do novo sobrepujar a da morte. Transformar para renascer – tirar vida-voz do que é silenciado.

A edição de Arcano 13 conta com reproduções de pinturas da escritora e artista portuguesa Patrícia Lino, uma série de pinturas feitas com fósforo, e reproduzidas na guarda e no miolo do livro. O projeto gráfico, a capa em tipografia e a costura manual aparente são de Sílvia Nastari, diretora de arte da Quelônio. Na mesma coleção Canto Quebrado: Um novo mar dentro de mim, de Maria Clara Escobar, e Dia sim dia não fazer chantagem, de Maria Isabel Iorio.

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
Arcano 13
Autores: Marcelo Ariel e Guilherme Gontijo Flores
Editora:  Editora Quelônio
ISBN: 978-65-87790-25-1
Idioma: Português 
Altura: 20 cm
Largura: 13 cm
Edição: 1ª
Ano de lançamento: 2021
Número de páginas: 48

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